sábado, 27 de abril de 2024

𝟏𝟎𝟓 𝐃𝐄𝐒𝐌𝐎𝐁𝐈𝐋𝐈𝐙𝐀𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐀 𝐑𝐄𝐍𝐀𝐌𝐎 𝐄𝐌 𝐌𝐀𝐍𝐈𝐂𝐀 𝐆𝐀𝐑𝐀𝐍TEM 𝐀𝐏𝐎𝐈𝐎 𝐀 𝐕𝐄NÂ𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐌𝐎𝐍𝐃𝐋𝐀𝐍𝐄


 𝟏𝟎𝟓 𝐃𝐄𝐒𝐌𝐎𝐁𝐈𝐋𝐈𝐙𝐀𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐀 𝐑𝐄𝐍𝐀𝐌𝐎 𝐑𝐄𝐔𝐍𝐈𝐃𝐎𝐒 𝐄𝐌 𝐌𝐀𝐍𝐈𝐂𝐀 𝐆𝐀𝐑𝐀𝐍𝐓𝐄𝐌 𝐅𝐈𝐃𝐄𝐋𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐄 𝐀𝐏𝐎𝐈𝐎 𝐈𝐍𝐂𝐎𝐍𝐃𝐈𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋 𝐀 𝐕𝐄𝐍𝐀̂𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐌𝐎𝐍𝐃𝐋𝐀𝐍𝐄 (Afonso Dhlakama ressuscitado)


Por: Francisco Rodolfo Silva


Hoje, sábado, dia 27 de Abril, cerca de 105 ex-guerrilheiros da Renamo, reunidos no distrito de Vanduzi, província de Manica, prestaram juramento de fidelidade e apoio incondicional a Venâncio Mondlane a quem designaram de "Afonso Dhlakama ressuscitado".


Foi durante uma sessão de vídeo conferência, onde Venâncio Mondlane, o "CR7 da política Moçambicana", também conhecido como "VM7" e noutros círculos como "A voz dos que não tem voz", directamente da cidade de Maputo falava para uma audiência de desmobilizados reunidos em Vanduzi, apresentando, a alta voz e com os pulmões inflamados, o seu manifesto eleitoral para análise dos delegados ao Congresso a ser realizado nos dias 15 e 16 de Maio do ano corrente.


Venâncio Mondlane, fez uma pausa e fez uma afirmação categórica: sou o único candidato que tem um projecto para Renamo, o único com um manifesto já elaborado há 3 meses que ao ser aceite pelos Congressistas vai tornar a Renamo a maior e melhor marca política de Moçambique e uma das maiores da África Austral.


VM7 falou do pacote eleitoral para os ex-militares onde se destaca: 


a) Revisão da Lei do DDR; 

b) Garantia de uma pensão mínima equipara ao salário mínimo nacional por volta de 6 mil Meticais; 

c) Criação da Fundação Afonso Dhlakama, onde se vão desenvolver projectos sociais para os combatentes; 

d) Criação da Escola do Partido; 

e) Criação de uma Unidade de defesa de Direitos humanos no futuro Departamento Jurídico do partido para defender os combatentes e membros do partido; 

f) Kit escolar (pasta, cadernos, uniforme, lápis, canetas, borracha e outro material básico) para os filhos dos combatentes do ensino primário no início de cada ano lectivo. 


Em cada um dos itens acima descritos por VM7, os combatentes e membros do partido presentes na vídeo conferência gritavam, exultavam, batiam palmas ruidosamente. 


𝐑𝐞𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐯𝐢𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐝𝐞 𝐯ár𝐢𝐨𝐬 𝐝𝐢𝐬𝐭𝐫𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐯í𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐧𝐢𝐜𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐂𝐡𝐚𝐧𝐠𝐚𝐫𝐚, 𝐁𝐚𝐫𝐮é, 𝐌𝐚𝐧𝐢𝐜𝐚, 𝐂𝐡𝐢𝐦𝐨𝐢𝐨 𝐞 𝐒𝐮𝐬𝐬𝐮𝐧𝐝𝐞𝐧𝐠𝐚.


Depois da apresentação do manifesto no capítulo dos combatentes, foi dada palavra aos ex-militares. 

Em resumo afirmaram o seu apoio incondicional a VM7.𝐔𝐦 𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐢𝐬𝐬𝐞 𝐪𝐮𝐞 "𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐢𝐳𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐕𝐞𝐧â𝐧𝐜𝐢𝐨 é 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐧𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐢𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐢𝐬𝐬𝐨 𝐧ã𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐦𝐚𝐬 𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐪𝐮𝐞𝐬𝐭ã𝐨 é 𝐚 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐧𝐭𝐞: 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐮𝐦 𝐫𝐞𝐜𝐫𝐮𝐭𝐚 (𝐕𝐌𝟕) 𝐞 𝐮𝐦 𝐜𝐚𝐩𝐭𝐮𝐫𝐚𝐝𝐨 (𝐎𝐌) 𝐪𝐮𝐞𝐦 é 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐟𝐢𝐚𝐧ç𝐚?" 𝐏𝐞𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐠𝐮𝐧𝐭𝐚 𝐭𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐠𝐫𝐢𝐭𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐛𝐞𝐦 𝐚𝐥𝐭𝐨: 𝐨 𝐑𝐞𝐜𝐫𝐮𝐭𝐚!!!!!!!!!!!


Um outro combatente exortou a Venâncio Mondlane a nunca desistir e ir até às últimas consequências e garantiu que mais de 80% dos combatentes espalhados pelo país apoiam incondicionalmente a VM7. Este combatente chegou a dizer que os verdadeiros militares da Renamo vêm no Venâncio Mondlane uma espécie de "Afonso Dhlakama Ressuscitado".


𝐏𝐚𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐧ã𝐨 𝐡𝐨𝐮𝐯𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐝ú𝐯𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐭𝐚𝐯𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞𝐢𝐫𝐨𝐬 𝐞 "𝐨𝐫𝐢𝐠𝐢𝐧𝐚𝐢𝐬" 𝐨𝐬 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐥𝐞𝐯𝐚𝐧𝐭𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐛𝐞𝐦 𝐚𝐥𝐭𝐨 𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐜𝐚𝐫𝐭õ𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐦𝐨𝐛𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬, 𝐡𝐚𝐯𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐦𝐨𝐛𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐚 "𝐎𝐧𝐮𝐦𝐨𝐳", 𝐟𝐢𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐥𝐚𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐞𝐳 𝐩𝐨𝐫 𝐭𝐨𝐝𝐚𝐬, 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐬 𝐨𝐬 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐞𝐧â𝐧𝐜𝐢𝐨 𝐧ã𝐨 𝐞𝐬𝐭ã𝐨 𝐚𝐩𝐞𝐧𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐬 "𝐅𝐚𝐜𝐞𝐛𝐨𝐨𝐤𝐬 𝐞 𝐖𝐡𝐚𝐭𝐬𝐀𝐩𝐩" 𝐦𝐚𝐬 𝐭𝐚𝐦𝐛é𝐦 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐦𝐢𝐥𝐢𝐭𝐚𝐫𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐜𝐚𝐫𝐫𝐞𝐠𝐚𝐦 𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐢𝐝𝐨, 𝐢𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐧𝐝𝐨 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐧𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐢𝐯𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐥𝐚𝐝𝐨 𝐚 𝐥𝐚𝐝𝐨 𝐧𝐚 𝐟𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐚𝐬 𝐥𝐞𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐀𝐧𝐝𝐫é 𝐌𝐚𝐭𝐬𝐚𝐧𝐠𝐚í𝐬𝐬𝐚 𝐞 𝐀𝐟𝐨𝐧𝐬𝐨 𝐃𝐡𝐥𝐚𝐤𝐚𝐦𝐚.


No fim da Reunião um dos representantes dos Combatentes leu uma carta onde os Combatentes terminam dizendo "Viva o futuro Presidente da Renamo Venâncio Mondlane"

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Venâncio Mondlane já não é deputado


 Venâncio Mondlane já não é membro da Assembleia Municipal de Maputo


Venâncio Mondlane perdeu mandato enquanto membro da Assembleia Municipal da autarquia de Maputo. É que Venâncio Mondlane, Cabeça-de-Lista da Renamo para as autárquicas de 2023, não participou da investidura, nunca esteve em nenhuma sessão plenária e nem justificou suas faltas. 

terça-feira, 16 de abril de 2024

PERFIL DO CANDIDATO À PRESIDENTE DO PARTIDO RENAMO


 PERFIL DO CANDIDATO À PRESIDENTE DO PARTIDO RENAMO 


O CN da Renamo reunido na VI Sessão na Cidade de Maputo, Aprovou o perfil do candidato a presidente do partido que deve:


I-Ter no minimo 15 anos de Militancia;

II- 35 Anos de Idade;

III-Ser idoneo e de reconhecido mérito

IV- Ter exercido uma das segts Funções:


1- Combatente da luta pela democracia;

2- Secretário Geral;

3- Membro do CN;

4- Membro da Comissão Politica Nacional;

5- Membro do Conselho Jurisdicional Nacional;

6- Pres do Cons. Provincial;

7- Chef. Nac.de Departamentos ou Regional;

8- Delegado Político Provincial/Distrital;


V- Quotas regularizadas nos últimos 2anos;

VI- Ter exercido no mínimo 5 anos de Militância activa;

VII- Ter demonstrado ser disciplinado e conhecedor dos Estatutos.

domingo, 14 de abril de 2024

Nyusi, exerce papel de árbitro e jogador no que concerne a separação de poderes no país.


 Edson Macuacua diz que o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, exerce papel de árbitro e jogador no que concerne a separação de poderes no país.

domingo, 7 de abril de 2024

OJM LAMENTA NÃO PODER RECONDUZIR NYUSI À UM 3⁰ MANDATO


 OJM LAMENTA NÃO PODER RECONDUZIR NYUSI À UM 3⁰ MANDATO


A Organização da Juventude Moçambicana (OJM) lamenta sua incapacidade de influenciar a concessão de mais um mandato para o presidente Filipe Jacinto Nyusi. 

Poucos minutos antes da Abertura da Terceira Sessão Ordinária do Comité Central do partido FRELIMO, na cidade da Matola, a TV Sucesso entrevistou o Secretário-geral da OJM, Silva Livone que afirmou categoricamente que não seria um problema conceder outro mandato ao presidente de Moçambique, mas lamenta não possuir os poderes necessários para tal.

Livone ressaltou o apoio contínuo da OJM ao presidente Filipe Nyusi, destacando suas realizações positivas em Moçambique, como a criação da Secretaria de Estado da Juventude e Emprego e terminou a conversa expressando o desejo de que o próximo presidente da República siga os passos de Filipe Nyusi e não prejudique o país.

ÚLTIMA HORA: NÃO HA CANDIDATO PARA SUCESSÃO DE NYUSI


 ÚLTIMA HORA: NÃO HA CANDIDATO PARA SUCESSÃO DE NYUSI.


A Sessão do Comité Central do partido FRELIMO, que teve lugar na cidade da Matola, acaba de ser encerrada pelo presidente da FRELIMO, Filipe Jacinto Nyusi.

Durante a cerimónia, discutiu-se diversos temas, incluindo a situação em Cabo Delgado, entre outros assuntos. No entanto, infelizmente, ainda não foi apresentado nenhum candidato para substituir Filipe Nyusi.

Em relação ao sucessor de Filipe Nyusi, o partido FRELIMO anunciou que em breve será realizada outra sessão para debater o perfil ideal do próximo líder do partido e do país.

Na saída da sede central da FRELIMO, Edson Macuácua afirmou à TV Sucesso que a sessão decorreu de forma excelente.

Importa lembrar que, Ludmila Maguni, afirmou na tarde deste sábado, que o partido ainda não recebeu nenhuma candidatura dos membros que gostariam de concorrer.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

*Guebuza considera que em dois dias “teremos ideias mais claras” sobre sucessão.*


 *Guebuza considera que em dois dias “teremos ideias mais claras” sobre sucessão.* 


O antigo Presidente da República, Armando Guebuza, acredita que em dois dias o partido Frelimo terá ideias mais claras sobre a sucessão da presidência. “Agora, só podemos especular”. E nesta coisa de governação, especular nem sempre é valido”, afirmou, esta manhã, na Cidade Matola, instantes antes do Comité Central da Frelimo iniciar.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

DÍVIDAS OCULTAS NOS EUA: MANUEL CHANG NEGA TODAS AS ACUSAÇÕES E APONTA FILIPE NYUSI


 DÍVIDAS OCULTAS NOS EUA: MANUEL CHANG NEGA TODAS AS ACUSAÇÕES E APONTA FILIPE NYUSI 


O Governo norte-americano apresentou a acusação contra Chang, mas o ex-ministro das Fianças rejeita todas as acusações e aponta o Presidente Filipe Nyusi como quem o mandou assinar as garantias bancárias que viabilizaram as dívidas ocultas.


O juiz do caso, Nicholas G. Garaufis, decidiu que o Governo norte-americano pode fazer buscas no telemóvel de Chang, que foi confiscado pelas autoridades sul-africanas em 2018, averbando a primeira grande derrota à defesa de Chang nos EUA.

O Governo norte-americano, através do Departamento de Justiça (DOJ), apresentou uma nova acusação contra Manuel Chang (a quem também designa “Pantero” e “Chopstick) datada de 21 de Dezembro de 2023. O documento de 24 páginas, apresentado enquanto Manuel Changa já se encontrava sob custódia nos Estados Unidos da América, é designado Acusação de Substituição (Superseding Indictment) e não inclui outros réus do caso.

O julgamento está previsto para iniciar no dia 29 de Julho de 2024, coincidindo com o período da campanha eleitoral para as eleições gerais em Moçambique. Neste momento, a acusação (DOJ) e a Defesa do Chang, que é o escritório de advogados Ford O’Brien Landy LLP, discutem questões preliminares conhecidas no direito criminal dos Estados Unidos da América como Motions in Limine.


Chang está desde Julho do ano passado preso em Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA), depois que foi extraditado da África do Sul. Aguarda pelo decurso do processo de selecção do Júri no Tribunal do Distrito Oriental de Nova Iorque (U.S. District Court for the Eastern District of New York), em Brooklyn, o mesmo onde foi julgado e absolvido Jean Boustani em 2019. O Juiz do caso é NICHOLAS G. GARAUFIS que exerce as funções de juiz neste tribunal desde o ano 2000, nomeado pelo Presidente Bill Cliton.


Acusação dos EUA: as dívidas ocultas resultaram de um projecto de fachada


O Governo dos EUA defende que o projecto do Sistema Integrado de Monitoria e Protecção (SIMP) do espaço marítimo moçambicano, que deu a origem às dívidas ocultas, não foi pensado pelo Governo moçambicano nem concebido para proteger o espaço marítimo de Moçambique. Para o Governo norte-americano, o SIMP é um projecto de “fachada criado pelos réus e coconspiradores para ganhar dinheiro”. A acusação sustenta a tese através de informação obtida nas correspondências entre os réus.

“Na realidade, os projectos marítimos Proindicus, EMATUM e MAM foram usados pelo arguido MANUEL CHANG e os seus co-conspiradores para desviar partes do produto do empréstimo a fim de pagar milhões em subornos e comissões a si próprios, a outros funcionários do Governo moçambicano e a banqueiros”, lê-se na acusação.


A acusação do Governo norte-americano contra Manuel Chang é de que este fez parte do esquema que defraudou investidores norteamericanos. Serviu-se do sistema financeiro norte-americano para ganhar dinheiro de subornos e comissões e ainda fez a lavagem do dinheiro do crime praticado, usando, igualmente, o sistema financeiro dos EUA.


“Em ligação com o seu esquema fraudulento, os co-conspiradores basearam-se no sistema financeiro dos Estados Unidos, procurando e assegurando investidores e potenciais investidores fisicamente presentes nos Estados Unidos, fazendo com que as vendas de investimentos nos empréstimos fossem efectuadas por vendedores fisicamente presentes nos Estados Unidos e enviando e recebendo transferências que passavam pelos Estados Unidos, inclusive através do Distrito Leste de Nova Iorque”, lê-se na acusação.


“…os co-conspiradores desviaram parte destes valores (de empréstimos) para efectuar pagamentos de subornos e comissões, em dólares americanos, utilizando o sistema financeiro dos Estados Unidos através de transacções transferidas através de contas bancárias nos Estados Unidos, incluindo pelo menos 5 milhões de dólares para o arguido MANUEL CHANG através do Distrito Leste de Nova Iorque”, explica-se na acusação.


Refere-se ainda, na acusação, que entre 20 de Outubro de 2013 e 4 de Dezembro de 2013, Jean Boustani fez com que a Privinvest efectuasse pagamentos de subornos, num valor aproximado de 5 milhões de dólares, a partir da conta bancária da Privinvest nos Emirados Árabes Unidos. Esta transacção foi feita através do Distrito Leste de Nova Iorque, em benefício do arguido MANUEL CHANG, para uma conta bancária domiciliada na Espanha. Nestes termos, o Governo dos EUA acusa Chang de ter cometido três tipos legais de crimes, nomeadamente:


1. Conspiração para cometer uma fraude eletrónica


Este é o primeiro tipo legal de crime de que Chang é acusado nos EUA. E a acusação vem nos seguintes termos: “O arguido MANUEL CHANG, juntamente com outros, conspirou consciente e intencionalmente para elaborar um esquema e artifício para defraudar um ou mais investidores e potenciais investidores na Proindicus, EMATUM, MAM e na Bolsa de Valores para obter dinheiro e propriedade deles por meio de um ou mais pretextos materialmente falsos e fraudulentos, representações e promessas e, com o objectivo de executar esse esquema e artifício, transmitir e fazer com que sejam transmitidos, por meio de comunicações electrónicas, no comércio interestadual e internacional, escritos, sinais, imagens e sons, violando o Título 18, Código dos Estados Unidos, Secção 1343.


2. Conspiração para cometer fraude em valores mobiliários


Este é o segundo crime de que Chang é acusado: “O arguido MANUEL CHANG, juntamente com outros, conspirou consciente e deliberadamente para usar e empregar um ou mais dispositivos e artifícios manipuladores e enganadores, contrários à Regra lOb-5 das Regras e Regulamentos da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, Título 17, Código de Regulamentos Federais, Secção 240. 10b-5, ao: (i) empregar um ou mais dispositivos, esquemas e artifícios para defraudar;(ii) fazer uma ou mais declarações falsas de factos materiais e omitindo factos materiais necessários para que as declarações feitas, à luz das circunstâncias em que foram feitas, não sejam enganadoras; e (iii) praticar um ou mais actos, práticas e cursos de negócios que operariam, e operaram, como fraude e engano sobre investidores e potenciais investidores na EMATUM e na Bolsa, em conexão com a compra e venda de investimentos na EMATUM e na Bolsa, directa e indiretamente, através da utilização de meios e instrumentos de comércio interestadual e dos correios, em violação do Título 15, Código dos Estados Unidos, Secções 78 j(b) e 78 ff.


3. Conspiração para cometer branqueamento de capitais


O terceiro crime de que Chang é acusado é este: “O arguido MANUEL CHANG, juntamente com outros, conspirou consciente e intencionalmente para transportar, transmitir e transferir instrumentos monetários e fundos para um ou mais locais fora dos Estados Unidos a partir de um ou mais locais dentro dos Estados Unidos, e para um ou mais locais dentro dos Estados Unidos a partir de um ou mais locais fora dos Estados Unidos, com a intenção de promover a realização de uma ou mais actividades ilegais especificadas, a saber: (i) infracções contra uma nação estrangeira que envolvam o suborno de um funcionário público, ou a apropriação indevida, roubo ou desvio de fundos públicos por / ou em benefício de um funcionário público, em violação da legislação moçambicana, tal como definida no Título 18, Código dos Estados Unidos, Secção 1956(c)(7)(B) ; (ii) fraude electrónica, em violação do Título 18, Código dos Estados Unidos, Secção 1343; e (iii) fraude na venda de valores mobiliários, em violação do Título 15, Código dos Estados Unidos, Secções 78 j(b)e 78 ff (coletivamente, as “Actividades Ilícitas Especificadas”), em violação do Título 18, Código dos Estados Unidos, Secção 1956(a)(2)(A) e sabendo que os instrumentos monetários e os fundos envolvidos no transporte, transmissão e transferência representavam o produto de alguma forma de actividade ilícita, e sabendo que esse transporte, transmissão e transferência se destinavam, no todo ou em parte, a ocultar e dissimular a natureza, localização, origem, propriedade e controlo do produto de uma ou mais actividades ilícitas especificadas, a saber, as Actividades Ilícitas Especificadas, contrariamente o Título 18, Código dos Estados Unidos, Secção 1956(a)(2)(B).


Chang nega todas as acusações


Chang defendeu-se rejeitando todas as acusações dos três crimes, usando vários argumentos, incluindo que nunca esteve nos EUA ou que nunca manteve contacto com pessoas e entidades localizadas nos EUA para cometer os crimes de que é acusado.

No dia 21 de Fevereiro de 2024, o escritório de advogados contratado por Chang submeteu ao Tribunal o documento da defesa, de 69 páginas, que no essencial nega todas as acusações, usando vários argumentos, e pede ao tribunal para “rejeitar a acusação” e, “em alternativa, o tribunal deve retirar todas as alegações relacionadas com a Conspiração Eurobond”.

O documento de defesa de Chang é assinado por 4 advogados do escritório FORD O’BRIEN LANDY LLP, nomeadamente o próprio Adam C. Ford (líder e que dá nome ao esritório), Jamie H. Solano (uma antiga funcionária do Departamento de Justiça, por 8 anos, mas que deixou o cargo para se tornar advogada de Chang), Anjula S. Prasad e Arthur Kutoroff. A FORD O’BRIEN LANDY LLP é um escritório de luxo, dos mais caros dos EUA, e que se diz especializado em defender crimes de colarinho branco.


Acusações extraterritoriais


O essencial da defesa de Manuel Chang é que ele não cometeu nenhum crime de que é acusado e, por mais que tivesse cometido, foi tudo feito fora dos EUA. Pelo que não se encontra preenchido o princípio da territorialidade do direito penal, segundo o qual para que um Estado tenha a competência de jurisdição penal (poder de processar e julgar um caso), este deve ter sido praticado no seu território. “Aceitando as alegações do Governo na Acusação como verdadeiras para efeitos desta moção, não há simplesmente nenhuma conduta em que o Sr. Chang alegadamente se tenha envolvido que tivesse qualquer ligação com os Estados Unidos.

O facto de o alegado pagamento de suborno – pago por uma empresa libanesa com uma conta bancária nos Emirados Árabes Unidos para uma conta bancária espanhola em nome de uma empresa espanhola, propriedade de um empresário português, mas alegadamente controlada pelo Sr. Chang – ter tocado num banco correspondente dos Estados Unidos no meio da transferência eletrónica é insuficiente, por uma questão de direito, para conferir jurisdição aqui”, lê-se no documento da defesa de Chang.

Este argumento de territorialidade é o mesmo usado pela defesa de Jean Boustani em 2019, o primeiro dos 8 réus acusado pelos EUA a ser julgado em Nova Iorque. E parece que teve a aceitação do Júri. Boustani foi absolvido. O Júri não tem de dar explicação da sua decisão de absolver o réu, mas há entendimento, entre os profissionais que acompanham o caso por perto, de que os membros do júri entenderam que os crimes de que o Boustani era acusado não foram cometidos nos EUA.


Chang chama por Nyusi em Nova Iorque


Manuel Chang nega as acusações do Governo norte-americano que pesam contra si, e não parou por aí: apontou o responsável pelas dívidas ocultas. Essa pessoa chama-se Filipe Jacinto Nyusi, que era colega de Chang no Governo (de Armando Guebuza), ocupando a pasta de ministro da Defesa Nacional. Nyusi é o actual presidente da República de Moçambique, eleito em 2014 e reeleito em 2019. O seu mandato termina em Janeiro de 2025, assim que um novo presidente a ser eleito este ano, tomar posse. Para sustentar a sua tese, Chang apresentou dois documentos ao Tribunal de Brooklyn, ambos preparados pelo Gabinete de Filipe Nyusi, na altura ministro da Defesa Nacional, e por si assinados.

O primeiro documento é um Memorando de Implementação do Sistema de Monitoria e Protecção (SIMP) da Zona Económica Especial (ZEE), datado de 21 de Dezembro de 2012 e assinado pelo próprio Filipe Nyusi (ministro da Defesa Nacional), por Alberto Mondlane (ministro do Interior) e por Gregório Leão (Director do Serviço de Informações e Segurança do Estado – SISE).

Sem ter assinado o Memorando, estiveram presentes na reunião Basílio Monteiro, na altura vice-Comandante Geral da Polícia, Victor Bernardo, presidente do Conselho de Administração da Monte Binga (uma empresa do Ministério da Defesa), Raufo Irá, administrador da GIPS (uma empresa do SISE), Teófilo Nhangumele e António Carlos do Rosário. Do Rosário é quadros do SISE e Nhangumele e foi apresentado como estando em representação da Presidência da República. Os dois estão profundamente envolvidos no desenho do projecto que deu origem às dívidas ocultas. Ambos estão condenados a 12 anos de prisão pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, que julgou o processo das dívidas ocultas3. São igualmente co-arguidos do Chang no processo criminal de Nova Iorque.

O Memorando foi celebrado no Gabinete do Ministro da Defesa Nacional e Filipe Nyusi é o primeiro assinante. Todos os presentes na reunião em que este Memorando foi elaborado estiveram em Tribunal que julgou o primeiro processo-crime das dívidas ocultas em Maputo, uns como réus (Gregório Leão, António Carlos do Rosário, Teófilo Nhangumele) e outros como declarantes (Alberto Mondlane, Raufo Irá, Victor Bernardo)). Nyusi é o único que não esteve no julgamento por decisão do juiz Efigénio Baptista, que julgou o caso. O principal argumento para o afastamento de Nyusi do julgamento de Maputo é que é Presidente da República em exercício.

O segundo documento apresentado por Chang ao tribunal norteamericano é uma conhecida carta de Filipe Nyusi dirigida a Manuel Chang a solicitar que este assinasse os Termos do Acordo de Financiamento do Projecto de Monitoria e Protecção da Zona Económica Exclusiva. A carta tem a Ref.n°005 /GAB/MDN/2013 e é datada de 14 de Janeiro de 2013.

Com os dois documentos, Chang procura demonstrar que Nyusi é a figura central tanto da concepção assim como do financiamento do projecto SIMP que deu origem às dívidas ocultas e que ele (Chang) foi um mero cumpridor de ordens emanadas de Nyusi, na altura ministro da Defesa Nacional.

Não é a primeira vez que o nome de Filipe Nyusi é colocado no centro do escândalo das dívidas ocultas. Nyusi foi amplamente apontado pelos réus do processo-crime das dívidas ocultas no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo como uma figura central no escândalo, mas o Juiz do caso, Efigénio Baptista, nunca aceitou notifica-lo como declarante. Filipe Nyusi foi também citado no processo civil das dívidas ocultas no Tribunal Superior da Inglaterra e País do Gales, em Londres, por acusação da Privinvest. Neste caso, Nyusi defendeu-se alegando imunidade presidencial de que goza enquanto chefe de estado em exercício.

Caso seja notificado no processo-crime do Tribunal Distrital de Brooklyn, há quase a certeza de que Nyusi irá recorrer à imunidade presidencial para não estar presente em Tribunal. Porém, o mandando de Nyusi está perto do fim e o processo de Nova York pode se alastrar para além do seu término em janeiro de 2025.


A primeira grande derrota da defesa de Chang: tribunal autoriza buscas no telemóvel


No dia 25 de março houve audiência no tribunal de Brooklyn para julgar uma montion in Limine6 na qual a defesa de Chang, alegava que o telemóvel do ex-ministro das Finanças, com o qual foi detido em Dezembro de 2018 em Joanesburgo, não devia ser vasculhado pelo Governo norte-americano.

Quando Chang foi detido, o seu telemóvel foi confiscado pelas autoridades sul-africanas e depois que Chang doi extraditado aos EUA, o telemóvel foi entregue às autoridades norte-americanas. O DOJ requereu ao tribunal que emitisse mandado para autorizar buscas no telemóvel de Chang.

A defesa contestou alegando que o pedido do Governo chegou tarde (mais de 30 dias após o confisco do telemóvel) e que o telemóvel é pessoal e contém informações pessoais de Manuel Chang. A defesa argumentou, ainda, que quando Chang foi detido já não era ministro das Finanças e passavam-se vários anos (cerca de 5) desde que tinha cometido os crimes de que é acusado. Pelo que, a probabilidade de encontrar alguma informação relacionada com o caso em julgamento no telemóvel era mínima. Por isso defendia que o telemóvel devia ser devolvido a Chang, através dos seus advogados.

Por sua vez, a acusação defendia que apesar de o telemóvel ter sido adquirido por Chang após ter deixado o Governo, há probabilidade de que Chang tenha transferido informação dos telemóveis anteriores para o actual e nisso interessava ao Governo (norte-americano) verificar a existência de possível informação que pudesse ajudar a constituir provas contra Chang nos casos em que é acusado.

O Procurador Jonathan Siegel, que apresentou os argumentos do DOJ na sessão de audiência do dia 25, explicou especificamente que Chang mantinha comunicações com Jean Boustani mesmo após ter deixado o cargo e que ao fazer buscas no telemóvel, poder-se-ia encontrar mais evidências do envolvimento de Chang com os outros co-conspiradores.

O CIP adquiriu a transcrição da sessão na integra e tal como o fez no passado, publica para, na íntegra, consulta livre dos cidadãos (documento disponível somente na língua inglesa).

No dia 27 de Março, o Juiz Nicholas G. Garaufis decidiu que o Governo norte-americano podia fazer buscas no telemóvel de Changa, negando, desta forma, dar provimento ao pedido da Defesa. Assim, todas as comunicações mantidas no telemóvel de Manuel Chang até ao dia 29 de Dezembro de 2018, quando foi detido em Joanesburgo, estão na posse do Governo dos EUA. (Centro de Integridade Pública).

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Renamo deixa de Araújo “desgastado"


"Renamo deixa de Araújo “desgastado"


O membro do Conselho Nacional da Renamo, Manuel de Araújo, diz-se triste e desgastado com o ambiente que se vive na Renamo. De Araújo diz que, em vez de se digladiarem entre eles, os membros e a direcção do partido deveriam aproveitar a actual popularidade para alcançar o poder.

A última semana foi agitada na Renamo, com as decisões do tribunal, as entrevistas quentes dadas à STV Notícias por Venâncio Mondlane e José Manteigas, e várias publicações de outros membros nas redes sociais. Manuel de Araújo não está a gostar da situação e sente-se “desgastado”.

Numa carta que Araújo partilhou com seus companheiros, ele começa da seguinte maneira: “Entristece-me o tom e os insultos! Até não parece que pertencemos à mesma casa, a Renamo!”

Logo a seguir, questiona “O que é que se passa? Esquecemos que somos os pais da democracia? Esquecemos que milhares de jovens deram a sua juventude e as suas vidas para termos a democracia que temos? Queremos deitar tudo a perder e entregar o ouro que nos pertence aos “bandidos”?

Na carta, o político recorda os vários momentos que marcam a actual situação da Renamo. Fala das intervenções dos generais da Renamo, que apoiam Ossufo Momade; das entrevistas de Venâncio e Manteigas e outros episódios, incluindo o do próprio presidente Ossufo.

“Num dia, é o próprio Presidente do Partido, que todos deveríamos respeitar, porque é símbolo do partido, apesar do mandato expirado, que diz, em Grande Entrevista, que não tinha dito, ainda, que seria candidato ou não, pois era diferente do General Elias, do Venâncio e do Picardo, que anunciaram as suas candidaturas fora do tempo e antes do início do processo legal, para, uma semana depois, ser ele mesmo a dar o dito pelo não dito, afirmando, em outra entrevista, que, afinal, era igual aos três, nomeadamente, ao General Elias, ao Venâncio e ao Picardo, pois, desta vez, diz que, afinal de contas, vai concorrer!”, desabafa, para, depois, revelar que “para piorar o quadro, dias depois, aparece, nas redes sociais, um vídeo com camisetas a serem produzidas na China!”.


Faz isto tudo para formular questões, muitas questões. “Afinal, o que se passa? Porque tanta agitação numa altura em que temos tudo para tirar a Frelimo do poder? Afinal, o que se passa quando a juventude nas ruas de Maputo e Matola, por onde passei este fim-de-semana, e de todo o país está à espera da hora H para carimbar a vitória da Renamo e não se coíbe de exibir cartões de recenseamento ‘ainda quentes’ porque acabam de ser impressos e diz, de boca aberta e sem receios, que contamos convosco? Afinal quem não quer governar? Ossufo Momade? Elias Dhlakama? Venâncio Mondlane ou Picardo? Ou a Renamo? Quem ganha com estas ‘brincadeiras’, como dizia o saudoso presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama! É o Presidente Ossufo? É o Venâncio? É o Elias? É o Picardo? É a Renamo? Ou é a Frelimo?”

Ademais, Manuel de Araújo nota ausências de órgãos importantes neste momento dentro do próprio partido. “Onde anda o Conselho Jurisdicional do partido para impôr a ordem e disciplina no partido? Onde anda o Conselho Nacional para dizer em bom tom em que dia e em que cidade, vila ou localidade teremos a sessão do Conselho Nacional? Março termina amanhã e ninguém, ainda, sabe onde nem em que dia teremos a sessão, quando foi anunciado que seria na primeira semana de Abril para, depois, o Chalaua vir desdizer e anunciar que seria na segunda semana? Que órgão decidiu? O presidente? A Comissão Política? A Mesa do Conselho Nacional? O Conselho Jurisdicional?”.

Além de questões, faz pedidos aos seus colegas. “Em meu nome pessoal, na minha qualidade de membro do Conselho Nacional do partido, no da minha família, no dos munícipes da cidade de Quelimane, peço ao presidente Ossufo Momade para abster-se de dar entrevistas e, caso queira dar, que deixe de falar de outros membros do partido e ou pseudocandidatos! Peço também ao mano Manteigas para deixar de atacar membros do partido!”

Não é só isso. Ele atribui missões a cada um dos envolvidos. A Arnaldo Chalaua lança o desafio de se concentrar nos trabalhos parlamentares, Elias Dhlakama no combate ao terrorismo, Juliano Picardo é desafiado a desenhar uma política agrária para enfrentar o El Niño e a Venâncio o de melhorar a imagem do partido dentro e fora do país.

“Neste momento, não há vencidos nem vencedores! Felizmente, foi possível corrigir um erro grave que foi a não marcação atempada do congresso! Corrigido esse erro grave, essa omissão, abstenhamo-nos de declarar vitórias e derrotas, vencedores e derrotados! Quem ganhou, com esse exercício democrático, foi a democracia! Quem ganhou foi a Renamo! Arregacemos as mangas para eleger os nossos dirigentes no congresso e mãos à obras, manos, por favor!”

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